Sempre que a capacidade de desejar é obstruída, consciente ou inconscientemente, não se consegue atingir a satisfação.
Por mais que se deseje uma satisfação específica com todas as suas forças, se ela contém fatores inconscientes de impedimento, jamais a realização será alcançada.
Um fator importante a se investigar com relação aos desejos são suas motivações: quando são saudáveis e quando são doentias.
A motivação é saudável quando você deseja uma coisa por ela mesma.
Por exemplo: desejar viajar para o Egito para conhecer as pirâmides de perto, porque me encantava com a história quando estudava no colégio.
Já motivações doentias se baseiam em:
- tensão;
- estão sempre ligadas ao medo;
- o desejo se revela como um meio para se obter um fim
(falsidade); - o objetivo do desejo é distorcido para suprir uma necessidade;
- as verdadeiras motivações permanecem ocultas e resultam no
medo de não se obter o que é necessário.
Por exemplo: desejar ter dinheiro para ser valorizado e respeitado (o dinheiro se revela um meio para atingir um propósito incompatível). Essa motivação só será positiva ao se desejar o dinheiro pelo dinheiro, para obter conforto, contribuir, etc.
Quanto mais inconsciente a motivação, mais doentio o desejo e mais ele vai se interpor entre você e a satisfação.
DESEJO – MOTIVAÇÃO ERRADA = NÃO REALIZAÇÃO
DESEJO – RELAÇÃO DIRETA AO OBJETIVO = REALIZAÇÃO
Quanto mais aprofundamento e autoconhecimento, mais forte se torna a consciência e mais ela registra acuradamente quando uma motivação é errada e, portanto, coloca inibições no caminho.
Quando as motivações impuras e egoístas se tornam conscientes, faz funcionar melhor a capacidade de desejar.
Com uma pessoa menos desenvolvida, esse processo de consciência pode estar ausente e, portanto, sua capacidade de desejar pode funcionar mesmo que a motivação seja impura, porque ela acredita firmemente se tratar de uma motivação legítima.
A má interpretação do egoísmo pela humanidade revela culpa, falsidade e não merecimento, causas suficientes para a inibição da realização de um desejo (geralmente um processo inconsciente).
E o indivíduo não compreende porque “fez tudo certo” e não conseguiu realizar o que desejava.
Quando se deseja algo que o beneficie, para desfrutar, sem estar relacionado com os outros ou para obter um fim, então o desejo não é egoísta.
Mas ao desejar algo para impressionar ou prejudicar outras pessoas (mostrar que é superior), por mais sutil que seja, então esse é um desejo egoísta.
Uma motivação errada e prejudicial de um desejo não é necessariamente uma maldade ou um prejuízo material que se pretende impor à outra pessoa.
A vaidade fútil, a necessidade de estar acima dos outros, mesmo que sutilmente e não declarada, vêm à superfície para distorcer as motivações e torná-las doentias. Então a satisfação é bloqueada e a capacidade de desejar é inibida.
Desejar algo de maneira construtiva e positiva inclui procurar entender os bloqueios e as proibições que a própria pessoa criou.
Somente então é possível expressar um desejo sem os entraves resultantes de compreensões internas erradas.
Causas que contribuem para inibir alguns elementos da capacidade de desejar:
- sentimento de ser indigno (inferioridade);
- falta de vontade de pagar o preço (relacionada à imaturidade da
criança interna); - autopunição por motivações erradas e ocultas;
- exagero no preço exterior a pagar, como compensação por não
- querer pagar o preço verdadeiro;
- o objetivo se torna questionável (insegurança);
É necessário descobrir especificamente quais os próprios desejos; porque se deseja isso; qual é o preço a pagar; se está pronto, sem reservas, a pagar esse preço.
Com essas respostas honestas, perceber-se-á que ninguém, além de si mesmo, impede a própria satisfação e isso ajudará a evitar impressões erradas futuras sobre Deus, o destino e a vida.
HONESTIDADE É O PRIMEIRO PASSO PARA
A REALIZAÇÃO DOS DESEJOS E PARA SER
HONESTO É FUNDAMENTAL SE CONHECER
Texto fundamentado na palestra 56 da metodologia Pathwork
Deixe um comentário