As imagens ou impressões internas são formadas na mais tenra infância e a partir delas a criança tira conclusões erradas fundamentadas em suas emoções e na imaturidade de sua capacidade intelectual de avaliação.
Tais conclusões são responsáveis por sofrimentos, dores, inseguranças, desconfiança dentre outras coisas, que a criança carrega ao longo da existência. E a vida torna-se um reflexo dessas conclusões erradas que, inconscientemente, repetem-se e repetem-se até a descoberta da imagem, do conhecimento, da conclusão errônea e da consciência da dor que a produziu.
É difícil compreender o que nos fez produzir a imagem sobre a qual foi formada uma conclusão errônea, a não ser através de um aprofundamento sobre o autoconhecimento.
A criança, em algum momento da infância, passa por uma experiência que para ela foi um choque (não como avaliamos um choque hoje). Por exemplo: quando descobre que seus pais não são perfeitos e onipotentes.
A imagem é criada quando os valores e o mundo perfeito da criança foram destruídos.
Para a criança os pais são uma referência de mundo, de universo, e a descoberta de suas imperfeições vai contra sua expectativa mais desejada: ter pais perfeitos.
Para ela é um choque, ela perde a segurança, fica amedrontada, não gosta, sente vergonha, e como consequência, por um lado empurra a descoberta para o subconsciente e por outro construirá uma defesa.
Em função da vergonha (ela imagina que todas as outras crianças têm pais e condições de vida perfeitas) a criança sente necessidade de esconder esse processo e, quando adulta, não consegue lembrar-se de suas emoções, reações e intenções.
Isso faz com que o pensamento e o processo emocional fiquem ocultos.
O que ela conclui após o choque – por exemplo: “como meus pais cometem erros não posso confiar neles” – é aplicado a outras pessoas e a vida em geral pela tendência humana de generalizar e transferir.
Esta é a conclusão errada que cria a imagem que pode ser: “Só posso confiar em quem é assertivo”.
Como as imagens pedem confirmação, a pessoa, durante a vida, irá atrair pessoas em seus relacionamentos (pessoais, profissionais, afetivo, etc.) que demonstrarão não serem confiáveis, sem ter a menor consciência do por quê isso ocorre, acreditando ter razão em não poder confiar em pessoas que falham ou fracassam.
O maior dano para a personalidade é a repetição constante de eventos e situações não desejadas, mas que confirmam a forte crença na imagem criada.
Mas existem também as imagens positivas que não causam dano, mas somente prazer e alegria.
Por exemplo: uma criança que sofre queimaduras conclui que fogo é perigoso, mas uma criança que fica, ao lado dos pais, sentada em frente uma lareira recebendo carinho, pode concluir que fogo é prazeroso e acalentador.
Um sintoma de que há uma imagem negativa a ser observada e trabalhada é estar atento às repetições negativas de fatos e eventos na vida.
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